13 e 14 de Outubro

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Projetando sites adequados para pessoas com Autismo

Estima-se que o Brasil tenha cerca de 2 milhões de pessoas com autismo. Ainda assim, muitos desconhecem a realidade dessas pessoas e, no desenvolvimento web, sabemos pouco sobre as necessidades, habilidades e barreiras de interação desse público. Na #Webbr2016, a palestrante Talita Pagani fará uma apresentação sobre o GAIA, um guia de recomendações de design de interfaces e interação para o desenvolvimento de sites mais acessíveis a pessoas com autismo.

A Talita é bacharel e mestre em Ciência da Computação, UX designer por paixão. Possui mais de 10 anos de experiência na área de TI, tendo atuado em diversas frentes, do front-end à gestão de projetos. Entusiasta de acessibilidade desde 2008, é membro do grupo de especialistas em Acessibilidade Web do W3C. Confira em mais detalhes o resultado da sua pesquisa de mestrado, o projeto GAIA.

1) Conte um pouco mais de você, seu background profissional e sua relação com acessibilidade na Web.

Eu costumo dizer que sou programadora por formação e designer por paixão. Me formei em ciência da computação, fiz especialização em gestão de projetos e terminei recentemente o mestrado também em computação, mas sempre estive envolvida com desenvolvimento front-end e design de interfaces. Hoje estou focando cada vez mais em UX Design. Eu comecei a me interessar pelo tema de acessibilidade web ainda no início da graduação, em 2006. Nesta época, sabia muito pouco e, com o passar dos anos, passei a me interessar mais sobre o assunto pois percebia o quanto isso era importante até mesmo para a usabilidade de sites e sistemas. Passei a ler conteúdo, escrever conteúdo, trocar ideias com colegas que também tinham interesse e participar de atividades relacionadas ao tema em eventos. Tive uma ótima professora no mestrado quem me fez ficar ainda mais interessada por acessibilidade e design universal. Então, resolvi trabalhar esse tema em minha pesquisa de mestrado.

2) Conte mais sobre o projeto GAIA, qual é o seu objetivo e quais são as principais recomendações de design que você recomenda para o desenvolvimento de sites mais acessíveis a pessoas com Autismo?

O GAIA é o resultado da minha pesquisa de mestrado e tem a proposta de ser um conjunto de recomendações de acessibilidade web com foco nas características, necessidades e barreiras de pessoas com autismo. As pessoas conhecem pouco sobre o autismo e também desconhecem elementos de interface e interação que podem sensibilizar de forma negativa e causar estresse, como sons estridentes, cores muito fortes, conteúdo baseado somente em texto, interface com muitas opções de escolha, elementos que se comportam de forma inesperada, entre outros. A intenção do GAIA é ser um material de código aberto que pode ser estendido e complementado por outros profissionais e pesquisadores. Foi pensado também em ter uma linguagem menos técnica, para que profissionais de outras áreas, como psicologia e pedagogia, possam entender também como um site pode ser mais acessível a pessoas com autismo. Outro diferencial do projeto é explicar porque cada recomendação é importante para a pessoa com autismo, ajudando os cidadãos a entenderem aspectos das características e do comportamento da pessoa com autismo.

3) Quais são os principais desafios hoje para o desenvolvimento e a implementação do projeto GAIA?

Faltam materiais em português sobre o assunto, assim como mais pesquisas na área de computação, embora o interesse no assunto tenha crescido, felizmente. Para gerar um GAIA, fiz um extenso trabalho de exploração na literatura especializada, analisando até mesmo alguns softwares, para identificar soluções bem sucedidas para projetar sites e aplicações de fácil utilização por pessoas com autismo. Me deparei com softwares que não explicavam adequadamente porque eles são adequados às necessidades das pessoas com autismo e isso impactou nas recomendações que consegui extrair. Também me deparei com paywalls, sites em que você precisa pagar um artigo de forma avulsa ou fazer uma assinatura para ter acesso ao conteúdo. Isto fez com eu não conseguisse ler alguns trabalhos para extrair recomendações que poderiam ser interessantes para o trabalho. Mas, ainda assim, foi possível coletar muitas soluções relevantes. Achei interessante ver que a equipe do COGA (Cognitive and Learning Disabilities Task Force), um grupo do W3C focado em recomendações de acessibilidade para deficiências cognitivas, relatou ter enfrentado as mesmas dificuldades para o trabalho deles (http://w3c.github.io/coga/).

4) Caso algum desenvolvedor queira se engajar em projetos de acessibilidade, quais são os primeiros passos e que materiais de leituras você recomendaria para eles?

Para quem quer começar a aprender um pouco mais de acessibilidade, recomendo sites como:

-Acessibilidade Legal: http://www.acessibilidadelegal.com/

-Artigos de acessibilidade do Tableless: http://tableless.com.br/?s=acessibilidade

-O eMag (Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico) tem recomendações práticas e de fácil compreensão: http://emag.governoeletronico.gov.br/

-Cartilha de Acessibilidade Web do W3C Brasil:

-http://www.w3c.br/pub/Materiais/PublicacoesW3C/cartilha-w3cbr-acessibilidade-web-fasciculo-I.html

-WebAIM (em inglês): http://webaim.org/

-WAI – Web Accessibility Initiative (em inglês): https://www.w3.org/WAI/

Esses conteúdos já fornecem boas noções para quem quer entender mais sobre o assunto. Também recomendo seguir algumas pessoas no Twitter que publicam conteúdo interessante sobre acessibilidade web como o Reinaldo Ferraz (https://twitter.com/reinaldoferraz), Lívia Gabos (https://twitter.com/liviagabos), Horácio Soares (https://twitter.com/horaciosoares), Deivid Marques (https://twitter.com/deividmarques) e Bruno Pulis (https://twitter.com/brunopulis).

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