setembro 15, 2017
Usamos a Web todos os dias, mas nem sempre dá para ter noção de como a rede evoluiu para o que é hoje. Durante vários anos, caminhamos da Web de documentos para a Web dos dados – e continuamos evoluindo!
Na Web de documentos, todos os dados eram guardados em arquivos, o que gerava conflitos, redundâncias e não existia nenhuma conversa entre eles, separados por pastas, diretórios, servidores, enfim. Até que uma estrutura foi criada para gerenciar todas essas informações: os bancos de dados, que solucionaram esses problemas e trouxeram mais eficiência na organização.
Com a evolução da Web, foi natural que os bancos de dados ganhassem espaço na rede. Essa nova forma de organização permite que as informações sejam integradas, hierarquizadas e até publicadas na Web; qualquer site hoje que exiba um texto tem uma base de dados para organizar o texto, autor, data e horário de publicação, entre outras informações.
Em um aspecto mais macro, também podemos falar desse assunto como Web Semântica. Na Web, consegue-se dar uma série de propriedades aos dados, organizando-os em URIs (string única para identificar objetos) e principalmente em frameworks de metadados, como o RDF (Resource Description Framework), que facilita a mesclagem de dados de fontes diferentes.
Em vez de publicar apenas páginas Web, estruturas complicadas de dados podem ser publicadas por qualquer pessoa ou organização. Vários itens desses dados conseguem ser conectados por links e como funciona hoje fica bem mais fácil acessar uma informação dentro de toda essa estrutura.
Por exemplo, se você pegar o seu celular agora e perguntar ao Google: “qual a distância entre a Terra até a Lua?” vai receber uma série de informações, como: a própria resposta à sua pergunta; o raio e a aceleração da gravidade na Lua, além de pesquisas relacionadas que informam a distância da Terra em relação a outros astros, tanto em quilômetros quanto em anos-luz. Quantas informações dentro de diferentes categorias não foram acessadas e linkadas antes de serem oferecidas?
Parte dessa praticidade é oferecida pelo Schema.org, uma iniciativa do Google, Bing e Yahoo para criar esquemas de dados estruturados em páginas da Web, usando padrões como URI, RDF, OWL, JSON e vários outros. É por causa dele que a Siri consegue oferecer informações como avaliações de restaurantes ou falar sobre a reserva do seu voo, por exemplo.
Em uma estrutura mais corporativa, a Web de dados consegue contribuir para gerar relatórios e informações de clientes mais precisas. Para um hospital ou laboratório, fica mais fácil trabalhar com os dados dos pacientes, doenças e possíveis causas ou tratamentos, uma vez que os dados são organizados de uma forma mais inteligente e o gerenciamento é melhor.
É impossível tocar no assunto de dados sem frisar a preocupação com a segurança. Por mais que hajam esforços para lidar melhor ainda com essas informações, é imprescindível que algumas estejam seguras e criptografadas. Dados pessoais precisam ter acesso dificultado e hasheado para que a privacidade seja garantida. Afinal, estamos falando de informações empresariais ou tão pessoais quanto cartão de crédito, reserva de voo, endereço ou conta bancária.
A forma como lidamos com os dados na Web é um dos tema da conferência Web.br 2017, um dos principais eventos de desenvolvimento Web do Brasil, que será realizado dias 24 e 25 de outubro, em São Paulo.
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