outubro 6, 2017
A Web não é só um lugar para visitar sites; é muito mais do que isso. Como um meio de comunicação e troca de informações, a Web impactou diversas mídias. Dentre as implicações dessa transformação, muito se discute sobre a distribuição de conteúdo na rede: materiais jornalísticos, vídeos, livros, produções cinematográficas, enfim.
Tudo isso é uma enorme parte do que é consumido na Web; por isso, precisamos prestar bastante atenção às publicações digitais. A primeira nuance a ser considerada é: quais padrões são abertos? Caso um padrão não seja aberto, como outras pessoas com o mesmo tipo de conteúdo vão conseguir publicá-lo e até mesmo consumi-lo? Esses padrões são acessíveis, ou seja, foram pensados para pessoas com deficiência?
Um bom exemplo para falar sobre publicações digitais é o do EPUB. Foi graças ao EPUB, lançado há quase dez anos, que os problemas de interatividade e usabilidade do PDF foram reparados. Hoje, é difícil ver o PDF como saída para as publicações digitais.
Ao acompanhar de perto os trabalhos do Fórum Internacional de Publicação Digital (IDPF), que desenvolveu o EPUB, o W3C viu que ainda havia espaço para avanços e a melhor forma de resolver isso foi pela unificação das duas instituições. Em 30 de janeiro de 2017, o IDPF foi incorporado ao W3C e o desenvolvimento do EPUB passou a ficar sob tutela do grupo Publishing@W3C.
O objetivo é estudar as melhores práticas para fazer com que um padrão desenvolvido com tecnologias Web, seja nativamente acessível e compatível com a própria Web, esteja o usuário online ou offline. É importante deixar o funcionamento do EPUB bem estável para convergir a distribuição de livros digitais. Hoje, essa distribuição é fragmentada.
Imagine um futuro onde o EPUB (e qualquer outra publicação digital, na verdade) pode ser carregada tanto no navegador quanto num leitor especializado. Onde não há problema se o usuário estiver ou não conectado à Internet. Onde você consegue, sem problemas, clicar em links e anotar dentro do livro. Em qualquer lugar. Podemos ir além: esse arquivo pode ser distribuído sem perder os links e anotações (se o usuário desejar).
Com essa publicação, os direitos autorais de obras que consumimos na Web conseguem ser protegidos sem o usuário final precisar instalar plugins ou perder em acessibilidade. Com os EPUBs, a mesma coisa. Hoje, não tem como considerar as publicações digitais como publicações intrínsecas à Web.
Por meio do Publishing@W3C e o Working Group, é possível trabalhar com opiniões diferentes e diversas ideias para assegurar que as publicações digitais tenham a compatibilidade garantida, mas com as inovações que permitem os formatos a se integrarem mais com a Web e serem mais acessíveis.
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