A Web.br 2015 terminou em grande estilo. As duas últimas apresentações dos Keynotes Speakers encheram o contorno do palco 360° para encerrar mais uma edição da Conferência. Phil Archer (W3C) e Deirdre Lee (Derilinx) discutiram a atualidade e o futuro dos Dados Abertos na Web. Já Sunil Abraham (CIS India) e Lêda Spelta (Acesso Digital) fecharam o evento debatendo a Universalidade em comemoração dos 20 anos do CGI.br.
Os Keynote Speakers do painel Dados Abertos na Web reforçaram a importância de lidar com os dados da maneira correta, principalmente aprendendo a conectá-los da melhor maneira quando necessário.
“Usem a Web, mas, por favor, não a usem apenas como um cabo USB. É preciso unir os dados e aplicações para tentar fazer algo novo. Temos de aprender a pegar os diferentes dados de muitos lugares diferente e juntá-los quando for necessário. Temos que ter a habilidade de poder conectar todos os dados de todo mundo”, destacou Phil Archer.
“Você pode conseguir seus dados de muitos lugares diferentes. Mas os dados de boa qualidade, prontos para usar, são raros. Oferecemos padrões que podem melhorar como encontrar e conectar esses dados de uma forma simples e direta”, acrescentou Deirdre antes de mostrar o trabalho feito à frente da Derilinx com dados abertos.
Em seguida, foi a vez de Sunil Abraham e Lêda Spelta subirem no palco e lembrarem como o acesso à Internet deve ser universal. Só assim pode representar um caminho para desenvolvimento social, além de contribuir para a construção de uma sociedade inclusiva e não discriminatória.
Sunil revelou que 37% dos analfabetos adultos do mundo estão na Índia. E é justamente por isso que a criação de tecnologias acessíveis é tão importante no país, além de também funcionar duplamente na ampliação do alcance da Web: “No nosso caso, precisamos ajudar pessoas a acessar diretamente a Internet e, para isso, utilizamos o mesmo tipo de tecnologia necessária para o acesso de pessoas com deficiência”.
Lêda Spelta, por sua vez, destacou que a universalidade deve ser encarada como o resultado de uma série de ações e não como um meio. “A universalidade é mais um fim do que o princípio. Por que brigamos pela privacidade, neutralidade, diversidade, inovação, entre outras causas? É para que o resultado seja justamente a universalidade”, ponderou.
“Estou há 14 anos falando as mesmas coisas, então deve ter algum problema com isso. Infelizmente, acessibilidade continua sendo um problema atual quando não deveria mais ser. Não temos que discutir apenas técnicas de acessibilidade, mas sim analisar por que as coisas não mudam. Caso contrário o efeito do nosso trabalho será sempre pequeno e não poderemos transformar nada”, ressaltou Lêda.