Embora tudo evolua muito rápido no universo da tecnologia, desde 1999 usamos o mesmo protocolo para acessar páginas Web: o HTTP/1.1. Essa versão foi uma ótima resposta ao aumento da demanda de dados que ocorreu no final do século passado. Hoje, no entanto, as páginas Web incorporam muito mais conteúdo do que há 16 anos, incluindo vídeos, aplicações diversas, entre outros.
A solução veio com o desenvolvimento do HTTP/2, com base no SPDY, protocolo desenvolvido pelo Google para transporte de dados via Internet. Aprovado há alguns meses, é capaz de usar uma conexão única com o servidor para baixar os diversos arquivos necessários para se compor uma página, enquanto seu antecessor abre múltiplas conexões, causando sobrecarga na Web.
Segundo o especialista Sérgio Lopes, que ministrará palestra sobre HTTP/2 na Web.br 2015, o protocolo é uma grande evolução e proporcionará ganhos enormes de desempenho para a Web. “Isso acontecerá principalmente em redes de baixa latência, como redes móveis”. Lopes destaca que as mudanças não param por aí: depois de criar o SPDY, que deu origem ao HTTP/2, o próprio Google já começa a repensar uma camada ainda mais fundamental para a internet, o TCP/IP. “A companhia desenvolveu um protocolo para resolver gargalos clássicos do TCP, que deve ser a nova fronteira de melhoria de performance da Web nos próximos anos”, completa.
Além das vantagens de desempenho, o HTTP/2 exige o uso de criptografia. Desta forma, garante ainda mais segurança e privacidade para a rede e os usuários. “Esses elementos são essenciais para uma Web seja mais acessível e aberta a todos”, afirma Lopes.
As empresas também terão vantagens com o novo protocolo. Por ter uma série de otimizações técnicas, o uso da infraestrutura em geral será melhor, aumentando o retorno sobre o investimento e a sobrevida dos equipamentos já existentes
Estágio atual
Dentre os três elementos importantes da Web, navegadores, servidores e intermediários, os navegadores são os que estão mais avançados no que diz respeito ao novo protocolo, pois todos já suportam HTTP/2. Os servidores estão em um bom caminho de evolução e os mais lentos serão os intermediários da Web, como proxies, roteadores, caches etc.
Segundo Lopes, isso não significa grandes problemas, uma vez que um servidor pode suportar ambos os protocolos sem quebra de clientes antigos. Com a criptografia do HTTP/2, o protocolo passa a ser lido apenas pelo servidor e pelo browser, evitando que intermediários defasados estraguem a comunicação.