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Confira tudo o que rolou no segundo dia da Web.br 2018

5 de outubro de 2018

Em sua 10ª edição, a conferência Web.br, que tradicionalmente antecipa tendências, este ano também apresentou tecnologias inovadoras para a reflexão e prática. Já na abertura, Hartmut Glaser, secretário-executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), alertou para a falta de acessibilidade dos sites e a importância da democratização da informação no País.

Em seguida, Virgílio Almeida, da Universidade Federal de Minas Gerais e Harvard Berkman Klein Center, destacou a importância e os impactos positivos que os dados na web e os algoritmos podem trazer para a sociedade. Por outro lado, ele mostrou como a Inteligência Artificial (IA) pode reforçar vieses como racismo e estereótipos, e sugeriu uma reflexão sobre decisões equivocadas que podem ser tomadas involuntariamente com base em informações falsas, bem como sobre os limites éticos de uso dos dados pessoais em algoritmos e aplicações de IA. Ética e Responsabilidade Social em IA também foram temas da palestra de Thiago Cardoso, fundador da Hekima. O especialista seguiu na mesma linha de Virgílio ao afirmar que os avanços tecnológicos têm potencial gigantesco de impacto positivo na sociedade. Na oportunidade, ele deu dicas de ferramentas e técnicas de análise e tratamento de informações para evitar discriminação em algoritmos de aprendizado de máquinas.

Simone Freire, fundadora do Movimento Web para Todos, trouxe a história do jovem Gustavo Torniero, jornalista deficiente visual, para conscientizar a plateia sobre a importância de pensar em acessibilidade digital na hora de pensar em soluções web. Ela apresentou inúmeros argumentos – de responsabilidade e de negócios – para justificar investimentos de tempo e dinheiro em acessibilidade.

Revolução Cognitiva
Lucia Santaella, coordenadora de pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital na PUC-SP, falou da complexidade do ser humano. Disse que vivemos hoje a era da Inteligência Artificial. Para ela, a tecnologia foi sendo absorvida ao longo do tempo e passou a fazer parte da natureza humana. A voz seria uma tecnologia desenvolvida pelo ser humano que se tornou inerente a ele. Assim, o desenvolvimento humano ganhou proporções que extrapolam o corpo individual. Em sua visão, a IA vai crescer e se multiplicar pelo simples fato de ela ser uma continuidade da inteligência humana. A exemplo da vida, ela não para de crescer e vai ocupar todos os espaços.

Internacionais
Leónie Watson, diretora de comunicação do The Paciello Group, abriu as palestras internacionais com uma apresentação intitulada “Eu, Humano”. Cega e especialista em Acessibilidade na Web, ela utilizou as Três Leis da Robótica do escritor e bioquímico Isaac Asimov para explorar o que significa ser humano com deficiência em um mundo de IA e tecnologias inteligentes. Leónie traçou uma linha do tempo com a evolução da IA, que chega ao ponto de simular com precisão os sentidos e as capacidades de pensamento humano, mudando a maneira como as pessoas com deficiência, inclusive intelectual, interagem com o mundo.

Encerrando as apresentações da manhã, Chaals Neville, diretor de Programa Técnico da Enterprise Ethereum Alliance e membro do Conselho do W3C, falou da importância dos metadados disponíveis na Web para uso em modelos de machine learning. Ele traçou um breve panorama sobre alguns dos grandes esforços e iniciativas existentes para tentar tornar dados legíveis por máquinas para a web, como Json-LD, Dublin Core e Schema.org. Chaals trouxe exemplos de utilização de metadados para organização de informações disponíveis desde o início da Web, passando pelo surgimento de alguns vocabulários e comentando sobre as diferenças entre ontologias formais, classificadas por ele como “wet side”, e vocabulários, como o schema.org, classificados por ele como “dry side”. Ele também apresentou como as diferentes abordagens podem ser utilizadas na construção de bases de dados estruturadas contendo metadados úteis para aplicações de IA.

IPv6
Em uma rápida apresentação, Antonio M. Moreiras, gerente de projetos e desenvolvimento do NIC.br, afirmou à audiência do evento que o futuro do IPv6 chegou. Segundo ele, atualmente, os provedores brasileiros atualmente entregam IPv6 a 30% dos usuários brasileiros da web. Na oportunidade, Moreiras alertou o público sobre a importância de migrar para o padrão a fim de evitar problemas de compatibilidade no futuro.

AIY
A conferência foi encerrada com a palestra de Peter Nordström, engenheiro sênior de software da Google, intermediada por ninguém menos que Demi Getschko, atual diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Nördstrom falou sobre inteligência on-device e apresentou o kit de IA “faça você mesmo” (AIY) da Google. Para o engenheiro, IA é o futuro, e os kits AIY são uma forma de democratizar essa tecnologia, fazendo com que as pessoas tenham menos resistência em adotá-la.

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